ALMG realiza exposição sobre a convivência com a crise climática
Crise climática é tema prioritário no Parlamento, que prepara uma agenda de atuação para aperfeiçoamento e fiscalização de políticas públicas
O ano de 2023 foi o mais quente da história, e Minas Gerais foi o Estado que mais esquentou no Brasil. Este ano, na maior seca já registrada no País, Minas concentrou todas as cidades onde não chovia há mais tempo. Por outro lado, o último mês foi o terceiro outubro mais chuvoso da Capital dos mineiros.
Os fenômenos climáticos extremos, com longos períodos de seca e chuvas intensas, são uma realidade, atestada no Estado que é considerado o retrato do Brasil, devido à sua grande variedade regional.
Diante desse cenário cada vez mais preocupante, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) assumiu o protagonismo na busca de soluções para os efeitos climáticos extremos no Estado. Dentro de um conjunto mais amplo de iniciativas, o Parlamento mineiro abre ao público, na terça-feira (12/11/24), a exposição “Convivência com a crise climática em Minas Gerais”, na Galeria de Arte do Palácio da Inconfidência (Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, Belo Horizonte).
No mesmo dia de lançamento, às 16 horas, o presidente da Assembleia, deputado Tadeu Leite (MDB), conduzirá uma visita inaugural de parlamentares.
De cunho jornalístico e didático, a exposição destaca experiências científicas, sociais e produtivas exitosas em diferentes regiões do Estado. Vídeos, fotos e textos produzidos pela equipe técnica da ALMG compõem a mostra, disponível para visitação até março de 2025.
Fotos e vídeos da exposição foram feitos durante Seminário Técnico
O material que compõe a exposição surgiu em grande parte da cobertura jornalística do Seminário Técnico Crise Climática em Minas Gerais – desafios na convivência com a seca e a chuva extrema. Lançado em março, o seminário reuniu autoridades, especialistas, pesquisadores e sociedade civil em sete encontros regionais, com a finalidade de conhecer boas práticas e registar problemas e sugestões levantados pelas populações locais.
Grupos de trabalho, formados por representantes do governo, da academia, do setor produtivo e da sociedade civil, elaboraram, durante o seminário, um relatório com 332 diretrizes que vão subsidiar a agenda de atuação da Assembleia na convivência com a crise climática. Para o presidente da ALMG, deputado Tadeu Leite (MDB), os esforços buscam construir um "legado de sustentabilidade para as gerações futuras".
"A Assembleia de Minas uniu esforços com vários parceiros e com a população, percorremos todas as regiões do Estado para avaliar de perto os impactos dessa crise e buscar soluções para conviver com ela."
Além do seminário, a ALMG promove o Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação – Crise Climática, que, em parceria com o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), vai selecionar e apoiar o desenvolvimento de até 10 propostas de soluções inovadoras que possam contribuir para prever, evitar ou minimizar as causas ou efeitos das mudanças climáticas no Estado.
Cada uma dessas propostas vai receber um prêmio de R$ 60 mil, além de participar de um programa de aceleração promovido pelo BH-TEC.
Em dezembro, a ALMG realizará um evento para apresentar as entregas do trabalho realizado ao longo do ano. Entre elas, está a agenda legislativa que pretende aperfeiçoar e fiscalizar políticas públicas, assim como os projetos vencedores do prêmio de inovação.
Exposição é feita de materiais 100% sustentáveis
As sete regiões visitadas na interiorização do seminário foram a base para construir a exposição. Haverá sete nichos para mostrar vídeos e fotos de destaque do trabalho de cobertura jornalística. Cada nicho contará com um exemplar de uma planta típica da região, um fone de audiodescrição para pessoas com deficiência visual e um tablet com informação de boas práticas desenvolvidas na região. Todos os materiais utilizados são sustentáveis.
Um nicho central apresentará o vídeo-documentário da TV Assembleia “Caos Hídrico”, com um texto descritivo da produção do vídeo.
Dois espaços interativos chamam a atenção: um com o mapa de Minas, no qual o visitante poderá visualizar os principais riscos em relação ao clima de cada uma das regiões; outro para o visitante registrar como ele contribui para minimizar os efeitos da crise climática.
Painéis também explicam todas as frentes de atuação da Assembleia contra a crise climática, um com texto de apresentação escrito e gravado pelo presidente Tadeu Leite, e outro sobre o que está por vir na agenda do Legislativo.
Nos meses de novembro, fevereiro e março, a exposição terá dias e horários específicos para visitação de alunos de escolas públicas e particulares, guiada por alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com conhecimento especializado no tema, mediante agendamento.
Compromisso ESG
Em junho de 2023, a ALMG lançou uma nova etapa do programa Assembleia Sustentável, composta por três aspectos: o ambiental, o social e a governança. Esses três pilares estão relacionados à sigla ESG, que significa Environmental, Social and Governance.
Até então, o Assembleia Sustentável tinha como foco o aspecto ambiental, com a racionalização dos recursos naturais, a implantação da coleta seletiva e a melhor gestão dos resíduos.
Essa nova compreensão da sustentabilidade representada pela sigla ESG compreende também ações como a redução no consumo de água tratada, energia elétrica, plástico e papel e a ampliação do uso de critérios de sustentabilidade nas compras e contratações.
Ainda são previstas iniciativas de acessibilidade e de inclusão de pessoas com deficiência, na dimensão social, e o atendimento de atributos como transparência, integridade, ética, controle e responsabilidade socioambiental, no âmbito da governança pública.